sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Supervulcões

Um supervulcão, para além de ser um vulcão muito grande, dá origem a erupções extremamente explosivas (apropriadamente classificadas como "mega colossais") em que são ejectadas mais de 500 km3 de cinzas e outro material piroclástico, uma quantidade suficientemente grande para atapetar áreas equivalentes ao tamanho de metade dos Estados Unidos da América.

Só para servir de comparação, a erupção do Tambora em 1815, a maior erupção registada na história moderna, expeliu apenas cerca de 100 km3 o que foi suficiente para fazer diminuir a temperatura global durante 3 anos seguidos, tendo 1816 ficado conhecido como “o ano sem verão”.

O efeito destrutivo dos supervulcões foi já mediatizado tanto pela BBC como pelo Discovery Channel sob a forma de docudramas carregados de efeitos especiais sobre hipotéticas erupções das caldeiras de Yellowstone, o maior e mais conhecido supervulcão. Mas há quem pense que há aproximadamente 71000 anos, uma erupção na caldeira com 100x30 km do Toba, na Indonésia, quase provocou a extinção da espécie humana, reduzindo a sua população a apenas algumas dezenas de milhares de indivíduos depois das suas cinzas terem bloqueado a entrada de radiação solar na atmosfera e causando a queda das temperaturas globais em cerca de 3ºC durante vários anos.
Felizmente estas erupções são raras, ocorrendo em média 1.4 por milhão de anos (Mason et al., 2004), não existindo grandes razões para alarme (excepto se Hollywood decidir tornar este fenómeno em mais um mau disaster movie), pelo menos a curto prazo. Mas não custa nada ter estes gigantes debaixo de olho...


1 comentário:

joaosete disse...

Vi o docudrama da BBC e achei muito bom. Perto da realidade, pelo menos no que diz respeito aos sinais, métodos de trabalho e consequências. Estava nessa fase a ter aulas de riscos vulcânico...fiquei colado ao ecrã até acabar.
Quanto à parte dramática, acho interessante. É uma maneira de fazer chegar essa informação ao grande público, sem ser através de filmes tão fantásticos como Volcano, Cume de Dante, etc, etc, cuja proximidade com a realidade deixa muito a desejar.