segunda-feira, agosto 23, 2010

No mar outra vez.. – Parte 1

Pois é, estive outra vez no mar! Foi a minha sexta campanha desde que me dediquei a estas lides da Geologia Marinha. Pela primeira vez estive um mês inteiro no mar e confesso que custou um bocadinho. A paragem de uma manhã ao fim de três semanas com direito a respectivo passeio por Almeria e interacção com um elevado número de mamíferos terrestres bípedes só aumentou o sacrifício. De resto devo dizer que até foi bom estar longe aquando do final do campeonato da bola e da vinda do papa. Até porque depois disso, e até hoje, só se fala na crise. No mar não há crises, há tempestades e pronto!
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A campanha, denominada Event-Deep, teve início em Barcelona. O local de embarque. O que foi bom pois cheguei lá um dia antes e fiquei num belo hotel na zona gótica, onde dei umas saudavelmente culturais voltas. A noite foi um pesadelo pois o Barcelona tinha ganho o campeonato espanhol de basquete - era com cada petardo - e o Benfica tinha sido campeão. Foi estranho mas passeia a noite toda a ouvir “SLB, SLB, SLB…” no meu presumível descansado quarto de hotel.
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Fui ter com o pessoal ao barco no dia seguinte, o Navio de Investigação Oceanográfica Sarmiento de Gamboa (figura em cima), onde pernoitámos. Zarpámos no dia 11 de Maio pelas 12 horas direito ao Mar de Alboran, a zona mais a Oeste do Mar Mediterrâneo, entre o Sul de Espanha e o Norte de Marrocos (figura em baixo). Estivemos nesta área praticamente todo o mês. No final fomos ainda trabalhar dois dias no Golfo de Cádis, já no Atlântico, antes de desembarcarmos em Cádis no dia 7 de Junho.
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Não perca no próximo post (amanhã se tiver tempo) o que raio andámos nós a fazer no Mar de Alboran, as tempestades e o porquê dos aparelhos estarem quase sempre avariados.

segunda-feira, julho 26, 2010

sexta-feira, julho 23, 2010

Descoberta estrela 300 vezes maior que o Sol


Um verdadeiro monstro estrelar que põe em causa muitos dados científicos foi descoberto por cientistas da Universidade de Sheffield.
Eduardo Gomes Madeira (www.expresso.pt)


R136a1 tem 300 vezes a massa do Sol
AP

segunda-feira, junho 14, 2010

Circunstâncias

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"Não somos arremessados para a existência como a bala de um fuzil, cuja trajectória está absolutamente pré-determinada. A fatalidade em que caímos ao cair neste mundo – o mundo é sempre este, este de agora – consiste em todo o contrário. Em vez de impor-nos uma trajetória, impõe-nos várias e, consequentemente, força-nos... a eleger. Surpreendente condição a da nossa vida! Viver é sentir-se fatalmente forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo. Nem num só instante se deixa descansar a nossa actividade de decisão. Inclusivé quando desesperados nos abandonamos ao que queira vir, decidimos não decidir.
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É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter."
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Ortega y Gasset, in 'A Rebelião das Massas'

quinta-feira, maio 06, 2010

quarta-feira, abril 28, 2010

quinta-feira, abril 22, 2010

quarta-feira, março 31, 2010

Bosão de Higgs

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Iniciaram-se nos últimos dias as colisões no LHC (Large Hadron Collider). Desde então, muito se tem falado no Bosão de Higgs, também familiarmente conhecido por partícula de Deus (imagina-se porquê!?). Mas afinal o que é o Bosão de Higgs?
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O Bosão de Higgs é uma partícula elementar predita pelo Modelo Padrão. Bem, acho que piorei as coisas. Alguns de vocês devem estar a pensar "e o que é afinal o Modelo Padrão"?
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O Modelo Padrão (da física de partículas) é uma teoria que descreve de uma forma unificada três das quatro interacções elementares (força fraca, forte e electromagnética) e as suas partículas elementares associadas (quarks, fotões, neutrinos, bosões, etc..). Apesar do Modelo Padrão ser uma das mais robustas teorias de sempre, não é uma teoria completa. Falha ao não incorporar a gravidade (a quarta força em falta). É por isso que muita gente anda à procura da Teoria da Grande Unificação, que não é mais que a procura de uma teoria que permita descrever as quatro forças com base num único formalismo teórico. Mas esta é uma outra história...
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Acontece que mesmo o Modelo Padrão não está completo. Falta encontrar o Bosão de Higgs, que é predito por esta teoria e provavelmente a sua chave.
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Tudo começou quando Peter Higgs (Físico do CERN), quem mais podia ser, teorizou que as partículas não têm massa intrínseca. Dito de outra forma, a massa das partículas é apenas um efeito secundário. De quê? Da interacção das partículas com um quinto campo de forças (para além daqueles quatro ali de cima), campo este que se denomina, muito originalmente, Campo de Higgs.
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Pensa-se que o Campo de Higgs, até agora desconhecido, permeia todo o Universo e é o responsável pelas partículas terem (ou algumas não terem de todo) a massa que têm. Se pensarem uns segundos irão perceber que sem um mecanismo como este não há nenhuma razão para as partículas terem a massa que têm. A não ser porque sim! Ou porque Deus as fez assim! Ahh pronto, é daqui que vem a Partícula de Deus!!
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Conclusão, no fundo e de uma forma elementar nós não temos "peso" (para ser exacto não temos massa). Aqueles números na balança são virtuais (que reconfortante) e o responsável é esse tal Campo de Higgs e o seu bosão...

Sismos recentes em Portugal

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Tem havido nos últimos dias uma actividade sísmica relativamente anormal (ver aqui). Só no presente mês de Março registaram-se 4 sismos sentidos de magnitude 3-4 (bolinhas vermelhas na imagem de topo). Esta noite houve mais um de 4.2 ao largo do Cabo de São Vicente (provavelmente na Falha do Marquês de Pombal; imagem em baixo).
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A zona SW Portuguesa localiza-se junto à fronteira de placas tectónicas África-Euroásia, e é normal ocorrerem praticamente todos os dias sismos de magnitude 2-3 nesta região. O que não me recordo é de ver 4 bolinhas vermelhas no mapa ao mesmo tempo. Qualquer das formas não deve haver qualquer razões para alarmismos. As placas movimentam-se e é bom que a energia se liberte em sismos mais pequenos em vez se se acumular e depois dar um grande..


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Imagens retiradas daqui: http://www.meteo.pt/pt/sismologia/actividade/ ; e daqui: http://www.emsc-csem.org/index.php?page=current&sub=detail&id=162744#

domingo, março 28, 2010

quarta-feira, março 24, 2010

Interview to Alick Macpherson and Mike Lamont on 3.5Tev Energy Record for the LHC

LHC - A toda a velocidade

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No passado dia 19 de Março o LHC (Large Hadron Collider, ou Grande Colisor de Hadrões) bateu um novo recorde mundial.. os feixes de partículas atingiram 3,5 TeV de energia. Estas são as energias necessárias para desvendar alguns dos mais profundos mistérios do Universo, como a existência ou não da partícula de Higgs e matéria negra. Se estas existirem deverá ser possível identificá-las em colisões de partículas com estes níveis de energia. Estas colisões vão ter início ainda no final deste mês.
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Notícia: Aqui.
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Acompanhe em directo as operações: Aqui

terça-feira, março 23, 2010

Entrevista com um dos autores deste blog

O autor do blog The Lisbon Structural Geologist fez uma entrevista a um dos autores deste blog.
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Ver aqui

sexta-feira, março 05, 2010

Quantas estrelas vemos?

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Bem, na realidade existem duas respostas a esta pergunta. De dia vemos normalmente uma estrela, o Sol! Ok dahhh! Mas quantas estrelas vemos numa noite estrelada?
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A resposta a esta pergunta é aproximadamente mil estrelas, a olho nu.
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No século 17, como não devia haver muita coisa para fazer à noite, Tycho Brahe e Johannes Kepler contaram 1005 estrelas. É óbvio que este número pode variar bastante e numa excelente noite estrelada é bem possível contar 2000 estrelas. E ver algumas a cair também!
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Podem tentar confirmar se quiserem.. :)

terça-feira, março 02, 2010

Sismo no Chile e Tsunami 2010

Quantas vezes conseguem dobrar um papel?


Vamos imaginar que dobramos um enorme pedaço de papel ao meio. Depois dobramos mais uma vez, e outra vez, e assim por diante. Quantas vezes conseguimos dobrar o nosso pedaço de papel?
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Normalmente conseguimos dobrar uma folha A4 apenas 6 vezes e dificilmente se consegue dobrar um pedaço maior mais do que 7 vezes. Experimentem!
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Mas vamos imaginar que conseguimos dobrar um pedaço de papel 51 vezes. No final qual seria a espessura do nosso papel? Dez centímetros? 50 centímetros? Um metro? Cinquenta metros? Um quilómetro?
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A resposta é mais de 150.000.000 km! Sim, cento e cinquenta milhões de quilómetros! No final obteríamos uma torre que se estenderia para lá do Sol!
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Quando dobramos o papel a primeira vez obtemos uma espessura duas vezes maior do que a da folha inicial. Quando dobramos a segunda vez será quatro vezes mais espesso. Cada vez que dobramos uma vez duplicamos a espessura em relação ao dobramento anterior. Depois dos primeiros dobramentos os números tornam-se imediatamente muito grandes. Vamos ver como:
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Primeira dobra...2 folhas


Segunda dobra... 4 folhas


3ª - 8 folhas


4ª - 16 folhas


5ª - 32 folhas


6ª - 64 folhas


7ª - 128 folhas


8ª - 256 folhas


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40ª - 1.000.000.000.000 folhas


…………


50ª - 1.000.000.000.000.000 folhas (espessura=100.000.000 km)

51ª – Espessura = 200.000.000 km
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E passámos o Sol!
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(Distância da Terra ao Sol = 149.597.871 km )
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Adaptado de: Burguer, E.D. and Starbird, M., 2005. Coincidences, Chaos and All That Math Jazz. Norton. New York

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

terça-feira, fevereiro 16, 2010

quinta-feira, fevereiro 11, 2010