sexta-feira, dezembro 14, 2007

CONFERÊNCIAS do GeoFCUL


Físicos, o Grand Canyon e a idade da Terra


por Fernando Barriga (GeoFCUL, CREMINER)


19 de Dezembro às 17h00 na sala 6.2.53 do EdifícioC6 na Faculdade de Ciências - Universidade de Lisboa

terça-feira, dezembro 11, 2007

Nasa Great Images





Deixo aqui uma pequena homenagem aos Astronautas da NASA. As imagens são do arquivo da Nasa - Great Images in NASA. Missões Apollo 16 e 17.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Jeffrey Wilson dia 8 de Dezembro em Lisboa

O Luís Rodrigues, do Ciência ao Natural, enviou-nos a seguinte informação:

O Professor Jeffrey A. Wilson, da Universidade do Michigan, desloca-se a Portugal para efectuar uma palestra, no próximo dia 8 de Dezembro (sábado), pelas 18h, no Museu Nacional de História Natural, durante a XXI Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis. A palestra intitula-se "Monoliths of the Mesozoic: Paleobiology of sauropod dinosaurs".

O referido Professor vem igualmente efectuar trabalhos conjuntos com paleontólogos do MNHN.
Jeffrey A. Wilson integrou a equipa que descobriu e descreveu o dinossáurio recentemente “famoso” Nigersaurus taqueti, que apresentava mais de 500 dentes no seu crânio.

Jeffrey A. Wilson é ainda responsável pela actual classificação dos dinossáurios Sauropoda (o maiores, quadrúpedes e herbívoros), participou na identificação de nove novas espécies de dinossáurios (Afrovenator abakensis, Deltadromeus agilis, Isisaurus colberti, Jobaria tiguidensis ,Rajasaurus narmadensis, Rugops primus, Spinostropheus gautieri, Suchomimus tenerensis e Nigersaurus taqueti), e liderou e participou diversas campanhas de prospecção e escavação de vertebrados fósseis no Níger, Paquistão, Índia, Jordânia e Marrocos.





Para saber mais:
Luis Azevedo Rodrigues
Natural History Museum Rua da Escola Politécnica, 58P-1250-102 Lisboa
PORTUGAL
Phone: +351 21 392 18 35FAX: +351 21 390 58 50
Obrigao Luis

sábado, dezembro 01, 2007

Geologia de Campo (Santa Cruz de La Palma, Canárias)

Caldeira do Taburiente (vulcao mais antigo, composto essencialmente por acumulaçoes piroclásticas. O que mantém o edifício na sua estabilidade precária sao os inúmeros filoes que o cortam. Ainda assim, pode ver-se uma enorme cicatriz de deslizamento.)




Vulcao de San Antonio no extremo sul da ilha.



Teneguia. Vulcao mais recente da ilha, formado durante a última erupçao vulcânica em solo espanhol (1971). A ilha cresce em direcçao ao sul como resultado da actividade de um "hot spot". (Agora o Rui M. devia explicar o que é um hot spot...)

sexta-feira, novembro 30, 2007

Pó de Estrelas


Muitas vezes é utilizada expressão que nós somos pó de estrelas. Isto, podendo parecer que não passa de poesia, é um facto. Aliás praticamente tudo o que existe no planeta e que vemos em nosso redor é pó de estrelas.
Vamos começar pelo principio, ou pelos instantes logo a seguir ao principio. Após o Big Bang, quando o Universo se formou, apenas se formaram átomos de hidrogénio e alguns de hélio. No entanto hoje "vemos" muitos mais elementos. De onde é que estes vieram?

Das estrelas, é a resposta.

Existe apenas um local no Universo onde estes elementos podem ser gerados naturalmente. Nos núcleos das estrelas onde as temperaturas de milhões de graus e pressões monumentais permitem que ocorra o processo de fusão nuclear que geram outros elementos.
Através de uma cadeia de reacções as estrelas geram a partir do Hidrogénio todos os outros elementos até ao ferro e níquel através do processo de fusão nuclear. As reacções nucleares ocorrem de acordo com o seguinte esquema:
A queima de Hidrogénio produz Hélio
A queima de Hélio produz Carbono, Oxigénio e Neon
A queima de Carbono, Oxigénio e Neon produz todos os elementos até o Silício
A queima de Silício produz todos os elementos até o Ferro


Acontece que os elementos mais pesados que o ferro, como é o caso do ouro ou do crómio, não podem ser gerados nas estrelas por este processo. Então quando é que se formam?

Quando uma estrela colapsa e ocorre uma Supernova, é a resposta.

Quando ocorre uma Supernova o "input" de energia permite a formação dos elementos mais pesados que o ferro e o níquel.

Estes processo são um pouco mais complexos do que aqui descrevi. Para quem quiser seguir os rasto pela net ficam aqui, aqui e aqui alguns links.

Quando olhamos para uma praia ou quando olhamos para outra pessoa a maior parte dos átomos que os constituem foram formados em estrelas. Somos de facto pó de estrelas..

segunda-feira, novembro 26, 2007

Supernovas super-luminosas e antimatéria: o caso da SN2006gy


A Supernova SN2006gy maravilhou os físicos em 2006.

Vou começar um pouco mais atrás. Supernova é o nome dado à explosão de uma estrela com mais de 10 massas solares, produzindo uma nuvem de plasma extremamente brilhante. O brilho destes objectos vai diminuindo até se tornarem invisíveis passadas algumas semanas ou meses. Em apenas alguns dias o seu brilho pode aumentar um bilião de vezes a partir de seu estado original tornando a estrela tão brilhante como uma galáxia .

As supernovas formam-se quando a estrela chega à fase final da sua vida. Nesta altura os processos nucleares que alimentam a estrela geram um pressão dirigida para o exterior que acaba por vencer a força da gravidade que mantém a estrela coesa.

Ao contrário do que normalmente acontece com as supernovas comuns, que atingem um pico de luminosidade em alguns dias e que diminui nos meses seguintes, a SN2006gy demorou 70 dias a atingir o pico de luminosidade manteve-se mais brilhante do que qualquer supernova anteriormente observada durante três meses. Durante os oito meses seguintes ainda brilhou como uma supernova convencional no seu pico de luminosidade.

Este facto levantou problemas pois a energia da explosão apontava para que a estrela que lhe deu origem tivesse mais de 150 massas solares, coisa nunca antes observada. Seria uma estrela brutal!

Woosley et al. (submitted to Nature 2007) propõem um modelo para explicar a quantidade colossal de energia gerada durante a explosão. Os autores referem que no núcleo da supernova podem desencadear-se processos de formação de partículas de matéria e anti-partículas que em seguida se aniquilam emitindo grandes quantidades de energia.

Para ler mais sobre este assunto ver Aqui e Aqui




Ilustração do processo que pode ter desencadeado a explosão da supernova SN2006gy. Estrelas muitos "pesadas" podem produzir quantidades tão grandes de raios-gama que parte da radiação é convertida em pares de partículas e antipartículas (como electrões e positrões, ilustrados a branco e preto, respectivamente). Crédito: NASA/CXC/M.Weiss

sexta-feira, novembro 23, 2007

Ciclo de Debates "Na Fronteira da Ciência"

Ciclo de Debates "Na Fronteira da Ciência"


Cartaz da Conferência - acesso ao sítio da Fundação Calouste Gulbenkian para mais informações


"A Fundação Calouste Gulbenkian promove um ciclo de palestras intitulado “Na Fronteira da Ciência”, a decorrer entre 12 de Dezembro de 2007 e 16 de Julho de 2008.

A iniciativa irá reunir especialistas de diversas áreas científicas, da Matemática às Ciências do Mar passando pela Biotecnologia.

O evento conta com o apoio da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.


Para mais informações, consulte o seguinte endereço:
http://www.gulbenkian.pt/detalhe_coloquio.asp?ID=47

Pavilhão do Conhecimento é palco do Festival Europeu de Ciência

"No próximo Sábado, dia 24 de Novembro, o Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva celebra o Dia Nacional da Cultura Científica com um Festival Europeu de Ciência.

Mais de 35 instituições de 25 países, incluindo Portugal, apresentam as suas melhores actividades de comunicação em ciência no evento final do projecto WONDERS, a par de três outros projectos da Semana Europeia da Ciência que incluem parcerias com instituições portuguesas.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, participa na sessão de abertura, que terá lugar às 11h00."

Mais informações: http://www.cienciaviva.pt/home/

terça-feira, novembro 20, 2007

Matéria e interacções


Há uns dias pus aqui um post sobre antimatéria. Aqui vai mais uma reedição de um post de Janeiro de 2006 sobre os constituintes fundamentais que constituem a matéria e que medeiam as suas interacções.

Para percebermos de que é feito o nosso mundo temos de descer de escala e entrar pequeno mundo das partículas. Desde há muito que se procuram os tijolos elementares do nosso Universo, a unidade fundamental da qual tudo é feito. No entanto não existe ainda um consenso acerca de qual a sua natureza, e não há certezas de que essa unidade fundamental realmente exista.

Segundo o Modelo Padrão, compatível com os dados experimentais actualmente conhecidos, não existe apenas um tijolo mas sim quase uma centena de diferentes tijolos. Existe na realidade aquilo a que alguns físicos chamam “zoo de partículas”. Na realidade identificaram-se nos últimos anos nos aceleradores de partículas, a altas energias, quase tantas partículas como elementos químicos. Os físicos começaram a desesperar!

De acordo com o Modelo Padrão as partículas fundamentais existentes no Universo podem dividir-se em dois grandes grupos: os fermiões, partículas constituintes daquilo a que chamamos matéria; e os bosões, partículas fundamentais que asseguram a transmissão das forças da natureza.

Por sua vez a matéria pode ser agrupada em dois conjuntos, os quarks e os leptões. Os primeiros agregam-se para formar os hadrões, sendo os mais conhecidos o protão e o neutrão, os principais constituintes dos núcleos atómicos. Estes são constituídos por três quarks cada. Os leptões, ao contrário dos quarks, podem deslocar-se livremente. O electrão é o leptão mais conhecido, outros exemplos são o neutrino do electrão, o muão, o neutrino do muão, o tau e o neutrino do tau.

Os bosões, os responsáveis pela transmissão das forças, são o fotão (transportador da força electromagnética), o gluão (responsável pela força forte, que mantém os quarks unidos nos núcleos atómicos), o gravitão (que apesar de nunca ter sido observado, pensa-se ser o responsável pela transmissão da força da gravidade) e as partículas W+, W- e Z0 (responsáveis pela força fraca, à qual está associada a radioactividade).

As partículas fundamentais do Modelo Padrão não se esgotam aqui, tendo sido por exemplo deixadas de fora as antipartículas destas partículas. Existem ainda outros modelos que prevêm outros níveis fundamentais com propriedades radicalmente diferentes, como é o caso das várias Teoria de Cordas. Fica para outros "posts"!!





Bibliografia:
L'Antimatière, Gabriel Chardin.
In Search of Susy, John and Mary Gribbin.
O Código Cósmico. Heinz R. Pagels. Gradiva, Ciência Aberta 10.
Imagem de topo (três quarks no interior de um hadrão), crédito: Jefferson Lab

XXI FEIRA INTERNACIONAL DE MINERAIS, GEMAS E FÓSSEIS

(entrada livre)

6 a 9 Dezembro de 2007
Horário: 6 de Dezembro - das 15.00 h às 20.00 h 7, 8 de Dezembro - das 10.00 h às 20.00 h 9 de Dezembro - das 10.00 h às 18.00 h
Local: MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL

Rua da Escola Politécnica, 60 1250-102 Lisboa
Contactos:
Telefone: 21 392 18 36; Fax: 21 390 58 50; e-mail: http://geologia.fc.ul.pt/smineralogia@fc.ul.pt

Ano Internacional do Planeta Terra

A Dra. Maria Helena Henriques, do Comité Português para o Ano Internacional do Planeta Terra, a quem desde já agradeço, enviou-nos a seguinte informação:

"A todos os utilizadores deste blog, gostaria de informar que Portugal tem formalizado junto da UNESCO o Comité Português para o Ano Internacional do Planeta Terra. Toda a informação acerca das actividades do Comité Português, incluindo recursos educativos pertinentes para a implementação de actividades com alunos, se encontra no site oficial português: www.progeo.pt/aipt. As escolas estão convidadas a aderirem às actividades no âmbito dos princípios do AIPT: Ciências da Terra para a Sociedade. Os respectivos Conselhos Executivos podem solicitar a adesão à Comissão de Entidades Representadas, bastando, para tal, apresentarem acções de divulgação de geociências realizadas pela escola, para o triénio 2007-2009, junto do Comité."

domingo, novembro 18, 2007

Coisas da Ciência: sobre E=m.c²


E=m.c² é sem dúvida a equação mais famosa de sempre. Como todos sabemos a sua autoria deve-se a Albert Einstein, que a publicou em 1905. Esta equação diz-nos que a massa e a energia são equivalentes, sendo conversão obtida através de c² (em que c é a velocidade da luz no vácuo = 299792458 m/s):

Energia (Joules) = Massa (quilogramas) · 299792458²


Para dar uma ideia do que estes números e letras querem dizer deixo aqui dois exemplos:

1. Um quilo de qualquer material encerra cerca de 10^17 joules de energia, o equivalente a queimar mais de um milhão de toneladas para obter esta energia.

2. Como refere Brian Greene no seu magnífico livro Tecido do Cosmos: "A nossa sobrevivência depende da equação de Einstein, já que a luz e o calor do Sol que sustentam a vida são gerados pela conversão de 4,3 milhões de toneladas de matéria em energia em cada segundo (...)".


Leituras consultadas e recomendadas:
- O Tecido do Cosmos, Brian Greene, Ciência Aberta nº150, Gradiva.
- As Equações, Sander Bais, Gradiva.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Mar algarvio monitorizado

No mês em que se assinalam 252 anos sobre o terramoto que devastou Lisboa e o Algarve fica completa a primeira rede de sismómetros colocada no fundo do mar algarvio para estudar a actividade sísmica da região.

Aqui fica o link para a notícia completa que me foi enviada pelo Vasco Valadares: Aqui

quarta-feira, novembro 14, 2007

No rasto da anti-matéria

Como pequeno complemento ao texto abaixo publicado pelo Joao Moedas, gostaria de apresentar aqui uma observaçao bastante comum relativamente à existência de anti-matéria no Universo.


Desde os anos 70 que se conhece a discrepância existente entre a velocidade orbital observada para as estrelas mais periféricas das galáxias espirais e a velocidade calculada, considerando a massa das restantes estrelas e a consequente atracçao gravítica a elas associada. O expectável seria que, com o progressivo afastamento das estrelas relativamente ao centro da galáxia, a sua velocidade orbital diminuísse. No entanto, o que se observa é que esta se mantém relativamente constante e, em alguns casos, chega mesmo a aumentar. Ou seja, a lei v = (GM/r)^1/2 nao é respeitada, como se pode observar no gráfico anexo a este texto.


Típica curva de rotaçao para uma galáxia espiral. A linha contínua representa a realidade observada e a linha descontínua resulta da aplicaçao da formula v = (GM/r)^1/2 para o caso da maior parte da massa da galáxia estar a 40 milhoes de anos luz do seu centro (Hawley and Holcomb., 1998, p. 390).


Dito de outra forma, considerando apenas a atracçao gravitacional das estrelas "observáveis", as estrelas das zonas periféricas deveriam sair disparadas das suas órbitras e as galáxias perderiam gradualmente os seus conteúdos estelares mais exteriores. Teria que haver mais massa, nao contabilizada anteriormente para explicar estas velocidades orbitais anómalas...



Galáxia espiral NGC 5248

O problema da anti-matéria nao se centra agora na possiblidade da sua existência, mas sim na sua distribuiçao no interior das galáxias.



segunda-feira, novembro 12, 2007

Antimatéria


Este post é em parte uma reedição de um outro aqui publicado em Janeiro de 2006.

Quem não fica intrigado quando se fala de antimatéria. Lembro-me de na minha adolescência ter passado algumas horas (muitas) a discutir assuntos como buracos negros, matéria e energia escura, viagens no tempo e antimatéria. Na altura não fazíamos a ideia do que estava em jogo e aqueles temas eram algo de isotérico. No entanto não tínhamos a menor dificuldade em esboçar teorias mirabolantes, e totalmente incorrectas.

As grandes fontes das nossas discussões eram as séries de televisão e os filmes de ficção muito pouco científica. Éramos viciados nos ficheiros secretos. A antimatéria era um assunto referido muitas vezes mas penso que quem escrevia os guiões sabia tanto de antimatéria como nós.

A antimatéria foi pela primeira vez imaginada no final do século XIX por sir Arthur Schuster. Este, por ser um forte defensor de uma natureza simétrica, idealizou um mundo espelho do nosso, em que os átomos possuiriam propriedades exactamente opostas.

No final dos anos 20, Paul Dirac (um dos pais das Mecânica Quântica) procurava uma equação que predissesse o comportamento dos electrões, conciliando a mecânica quântica com o principio da relatividade. Esta equação foi encontrada e ficou conhecida por Equação de Dirac, e descrevia, entre outras coisas, o movimento dos electrões no seio de campos eléctricos e magnéticos. A Equação de Dirac tinha, na realidade, duas soluções: uma delas descrevia o electrão e a outra descrevia uma partícula com carga eléctrica positiva, simétrica da do electrão (que tem carga negativa). Inicialmente Dirac pensou que esta partícula fosse o protão, no entanto, cedo e percebeu que não podia ser. A partícula com carga positiva tinha de ter a mesma massa do electrão e o protão tem uma massa 2000 vezes superior à do electrão. A Equação de Dirac previa de facto uma nova partícula, um electrão com carga positiva: um anti-electrão ou positrão. A combinação da mecânica quântica com o princípio da relatividade forneceu uma pista espantosa: tinha de existir antimatéria.

Não foi preciso esperar muito para que as hipóteses teóricas fossem confirmadas. Em 1932, Carl Anderson observou na radiação cósmica uma partícula que tinha a mesma massa que o electrão, mas carga oposta, o já referido positrão. Pouco tempo depois foram produzidos em laboratório pares electrão-positrão. Em 1955, Emílio Segrè, Owen Chamberlain, Clyde Wiegand e Tom Ypsilantis, descobriram o antiprotão, e no ano seguinte o antineutrão utilizando um acelerador de partículas.

A partir dos anos 60, foram descobertas dezenas de partículas, mas havia uma certeza, para cada nova partícula, observava-se sempre uma antipartícula associada. Em 1995 foram produzidos pela primeira vez no CERN átomos de anti-hidrogénio, combinando antiprotões e positrões. Hoje não se conhece nenhuma partícula que não possua uma antipartícula.

Os positrões são rotineiramente utilizados na medicina, numa técnica denominada tomografia por emissão de positrões. No entanto não se sabe ainda se existem vastas áreas do universo onde a antimatéria está concentrada, se, pelo contrário, esta se encontra diluída ou se após o Big-Bang a maioria da antimatéria tenha sido aniquilada.

A antimatéria é em tudo semelhante à matéria, com a diferença de as partículas de antimatéria terem sinal eléctrico oposto aos das partículas de matéria simétricas. Por outras palavras, as cargas eléctricas das partículas que constituem a antimatéria são opostas às das suas correspondentes de matéria. A física diz-nos que para cada partícula de matéria existe uma correspondente de antimatéria com carga oposta.

Poderiam assim existir planetas ou até mesmo galáxias inteiras constituídas por antimatéria. No nosso mundo não pode existir em grande quantidades pois sempre que um pedaço de matéria se encontra com outro de antimatéria aniquilam-se numa explosão espectacular.




Bibliografia:
Wikipédia;
L'Antimatière. Gabriel Chardin.
O Código Cósmico. Heinz R. Pagels. Gradiva, Ciência Aberta 10.

Imagem: Daqui e daqui

quarta-feira, novembro 07, 2007

Estrela falhada?


Já todos provavelmente ouvimos que Júpiter é uma estrela falhada. Eu ouvi, não me lembro quando, mais de uma vez. Ontem peguei no meu guia do Universo, um daqueles livros que não se devem ler de uma ponta à outra, e abri numa página ao calhas. Fui parar a uma página do capítulo sobre Júpiter, dizia: "Failed Star?".


É claro que me interessei e li a pequena caixa de texto de meia dúzia de parágrafos. Era a oportunidade certa de me informar daquilo que existia na minha cabeça mais ou menos como um mito. É realmente Júpiter uma estrela falhada? Entretanto hoje pesquisei mais um pouco na net e vamos lá a isso..


Júpiter é um planeta gasoso gigante. Tem 2,5 vezes mais massa do que todos os outros planetas do sistema solar em conjunto e cerca de 300 vezes mais massa do que a Terra. A razão pela qual Júpiter é por vezes descrito como uma estrela falhada tem a ver com o facto de este planeta ter uma composicao muito semelhante à do Sol: essencialmente Hidrogénio (81%) e Hélio (17%). (O Sol tem cerca de 73% de Hidrogénio e 24% de Hélio). A enorme massa de Júpiter faz com que parte dos elementos que o constituem estejam altamente comprimidos na zona do núcleo gerando grandes quantidades de calor.


Ora acontece que o núcleo de Júpiter não está suficientemente comprimido de modo a iniciar o processo e fusão nuclear (processo em que dois ou mais núcleos atómicos se juntam para formar um outro núcleo de maior número atómico. A fusão nuclear requer muita energia, e geralmente liberta muito mais energia que consome). É este processo que fornece combustível às estrelas, como o Sol. Mas Júpiter não tem simplesmente massa suficiente para despoletar este processo.


Na verdade, Júpiter nem está perto de poder tornar-se numa estrela. Era preciso que tivesse 84 vezes mais massa para se tornar numa anã vermelha, o tipo "mais pequeno" de estrelas.


E nem sequer está perto de se tornar numa anã castanha, objectos, 10 a 83 vezes mais pesadas que Júpiter, que criam quantidades enormes de energia no seu interior, mas não têm massa suficiente para iniciar a fusão nuclear. As anãs castanhas são um pouco mais pesadas e muito mais quentes que os planetas gigantes e um pouco menos pesadas que um estrela. Desta forma são vistas como o "elo perdido" entre planetas e estrelas. É interessante pensarmos deste modo, isto é, se começarmos por ter um planeta e lhe começarmos a juntar mais e mais massa ele acaba por se transformar numa estrela.


Concluíndo, é mais correcto pensar em Júpiter como uma anã castanha falhada, ou, como o meu livro dizia, como um planeta muito bem sucedido.



Bibliografia: The rough guide to the Universe, John Scalzi, Rough Guides.
Imagem: Nasa

segunda-feira, novembro 05, 2007

Comemorações 11 Novembro na Politécnica

129º Aniversário do Jardim Botânico
1º Aniversário do Borboletário Lagartagis



Um dia de festa com entrada livre nos Museus da Politécnica e muitas actividades gratuitas. Uma boa oportunidade para passar um domingo divertido a conhecer melhor o Museu da Ciência e o seu Planetário, o Museu Nacional de História Natural e, muito especialmente, os aniversariantes do dia: o Jardim Botânico com o seu borboletário único no mundo. O programa é completo e diversificado. Começamos e acabamos com música. CONSULTE O ANEXO (www.mnhn.ul.pt/promos/comemora.pdf)

MNHN Jardim Botânico Rua da Escola Politécnica 58, Lisboa Tel: 21 392 18 82 Fax: 21 397 08 82 http://www.jb.ul.pt/

quarta-feira, outubro 31, 2007

Meteoritos – As rochas que caiem do céu


Os gregos terão sido o primeiro povo a olhar para as estrelas cadentes com olhos de ver. Antes deles o senso comum afirmava que as estrelas cadentes eram causadas, como o nome indica, pela queda de uma estrela. No entanto, os Gregos perceberam que, apesar de em certas noites centenas de estrelas cadentes cruzarem o céu, nenhuma das estrelas do céu conhecido parecia desaparecer. Deste modo consideraram que as estrelas cadentes não eram de facto estrelas e atribuíram-lhes o nome de meteoros, do termo grego que significa objectos no ar.

Hoje sabe-se que os meteoros são pequenas porções de matérias com dimensões da cabeça de um alfinete. O espaço em volta da Terra está cheio destas partículas. Quando uma destas se aproxima do Planeta comprime o ar à sua frente. Essa compressão faz aumentar a temperatura da partícula que em consequência se torna incandescente, desintegrando-se antes de atingir o solo.

Existem, no entanto, partículas de dimensões bastante superiores que viajem a através do espaço. Esses objectos são chamados meteoróides, e os fragmentos que atingem a superfície denominam-se meteoritos.

A maioria dos meteoritos cai no mar ou em áreas não populacionais, causando pouco impacto em termos culturais. Os impactos que deixam uma cratera na superfície ocorrem muito raramente, em média a cada 5000 anos. Os impactos realmente grandes, como aquele que se pensa ter ajudado na matança dos dinossáurios, acontece aproximadamente uma vez em cada 100 milhões de anos.

Os meteoritos que encontramos na Terra podem classificar-se em três tipos: rochosos (aerolitos), metálicos (siderito) ou metálico-rochosos (Siderólitos). Os meteoritos rochosos, por sua vez, aparecem em duas variedades: os condritos, que apresentam uns pequenos objectos esféricos chamados côndrulos, e os acondritos.

Condrito (http://www.meteoritemarket.com)




Cratera do Meteoro – Arizona. Com 1200 m de diâmetro e 200 m de profundidade, pensa-se que seja o resultado do impacto, há 50 000 anos de um meteorito com 30 a 50 m de diâmetro, que teria libertado uma energia da ordem de 6 a 10 megatoneladas de TNT. USGS.


Foto topo: O meteorito "Willamette", o maior já encontrado nos Estados Unidos da América, no estado do Oregon. É o sexto maior encontrado no mundo inteiro.

Foto de baixo: Meteoreo, Leonides (Crédito: Ferris Hall)

Bibliografia:

-Guia da Terra e do Espaço, Isaac Aimov, Campo das Ciências, Campo das Letras.

- The rough guide to the Universe, John Scalzi, Rough Guides.

- Wikipédia: Meteorite

Coisas da Matemática (II) – O número pi (π)


Há uns tempos escrevi sobre o π. Hoje apeteceu-me voltar a ele um bocadinho. Li sobre ele no livro que ando a ler, foi pesquisar um pouco à net e cá estou eu de volta do π outra vez.

O π é dos números mais enigmáticos que alguma vez foi descoberto. Os primeiros cálculos de π terão sido feitos na Babilónia, cerca de 1800 anos a.C., que consideravam que π tinha o valor de 3, o que naquela altura era uma boa aproximação.

Em 1700 a.C., os Egípcios perceberam que a razão entre o comprimento de uma circunferência e o seu diâmetro é o mesmo para qualquer circunferência, e que esse valor é nem mais nem menos π.

O π tem, como todos sabemos, um valor aproximado de 3,14. No entanto, ele é um número irracional, isto é, não pode ser expresso como a razão entre dois números inteiros naturais. Para além de irracional é também um número transcendente, o que formalmente quer dizer que não é raiz de nenhuma equação polinomial a coeficientes inteiros. Isto na prática quer dizer que é impossível exprimir π com um número finito de números inteiros, de fracções racionais ou suas raízes. Apenas podemos saber o valor aproximado do π, pois não conseguimos prever o seu valor à medida que formos considerando um número cada vez maior de casas decimais.

Actualmente conhecem-se mais de 50 mi milhões de casas decimais de π. Podemos perguntar: mas então não saber exactamente o valor de π não tem problemas práticos, como por exemplo na engenharia ou na física teórica? A resposta pode dar-se com um exemplo: é apenas necessário conhecer 39 casas decimais de π para calcular “o perímetro de um circulo que cerque o universo conhecido com um erro que não ultrapassa o raio de um átomo de hidrogénio”.


Bibliografia:

-O homem que só gostava de números, Paul Hoffman, Colecção Ciência Aberta, Gradiva nº105.

terça-feira, outubro 30, 2007

Coisas da Matemática (I) - Paul Erdős

Grande parte dos "posts" que aqui coloco são reflexo quase directo dos livros que tenho na cabeceira ou das notícias em que tropeço na net. Nos últimos tempos tenho andado cheio de trabalho não tenho podido passar muito tempo a ler notícias de ciência, coisa que gosto muito de fazer. Talvez por isso não tenha tido muita inspiração para escrever.

E então em relação aos livros que tenho na cabeceira? Tenho andado fascinado com um! Leio devagar para o saborear. O livro chama-se "O homem que só gostava de números", de Paul Hoffman, e trata da vida de um dos maiores matemáticos que o mundo já viu: Paul Erdős (ver foto).
Paul Erdős viveu entre 1913 e 1996, tendo nascido em Budapeste na Hungria. Colaborou com centenas de cientistas em todo o mundo e com a idade de 70 anos produzia uma média de 40 artigos científicos por ano. As suas grandes paixões eram, entre outras, a combinatória e a teoria dos números, e trabalhou a apaixonadamente na teoria do números primos (números naturais que apenas têm dois divisores: 1 e eles próprios). As incríveis capacidades matemáticas de Erdős revelaram-se cedo. Aos 3 anos conseguia calcular rapidamente quantos segundos os amigos da família tinham vivido.
Paul Erdős viajou pelo mundo com apenas duas malas na mão, onde cabiam todos os seus bens materiais. Tinha como objectivo descobrir o que estava escrito no Livro. Segundo ele, o SF (que queria dizer Supremo Fascista, o seu nickname para Deus), tinha um livro onde estavam escritas as leis do Universo e essas leis estavam escritas na linguagem da matemática.


Bibliografia:

O homem que só gostava de números, Paul Hoffman, Colecção Ciência Aberta, Gradiva nº105.

Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Paul_ErdÅ‘s

quinta-feira, outubro 25, 2007

Notícias pela net..

The plate tectonics of alien worlds

Physicists capture image of elusive neutrinos

Oceans losing ability to absorb carbon

Meteorite case closed?

Ancient Cataclysm Rearranged Pacific Map, Study Says

Top Ten do Hubble


A National Geographic seleccionou um "top ten" de imagens do Telescópio Hubble (Ver Aqui). A maioria das imagens foram captadas pelo telescópio enquanto outras são foram concebidas por artistas utilizando os dados obtidos através do telescópio.


Crédito da Imagem: NASA, ESA, HEIC, and the Hubble Heritage Team (STSci/AURA)

terça-feira, outubro 16, 2007

Teorema do mapa de quatro cores


O teorema do mapa de quatro cores diz que não são necessárias mais de quatro cores para pintar qualquer mapa plano concebível, de países reais ou imaginário, de tal modo que dois países vizinhos não tenham a mesma cor.
A demonstração deste teorema é considerado um dos maiores feitos da matemática moderna. Este foi um dos primeiros grandes teoremas a ser provado usando um computador, no entanto esta prova não é ainda aceite por todos os matemáticos visto ninguém o ter conseguido demonstrar usando apenas papel e caneta.
Em meado do século XIX os matemáticos pensavam que este teorema era verdadeiro, tendo sido proposto como conjectura em 1852 por Francis Guthrie, que se apercebeu enquanto pintava o mapa dos condado de Inglaterra que apenas necessitava de quatro cores. Durante mais de 100 anos matemáticos de todo o mundo atacaram o problema com unhas e dentes tendo sempre falhado na sua demonstração.
No livro O Homem Que Só Gostava de Números, Paul Hoffman conta a história de um matemático, chamado E.F. Moore, que teve durante uns tempos como objectivo de vida encontrar um contra exemplo. Todos os dias chegava ao trabalho, na AT&M, com uma folha gigante de papel com mais de um metro quadrado onde tinha cuidadosamente desenhado um mapa com milhares de países. "Hoje vou conseguir", dizia ele pela manhã, "vou provar que são precisas 5 cores". Ao fim do dia saía desiludido. Mas na manhã seguinte lá estava ele com um lençol cheio de minúsculos e intrincados países imaginários.
Foi apenas em 1976 que a conjectura foi finalmente demonstrada por Kenneth Appel e Wolfgang Haken na Universidade de Illinois. Quando isto aconteceu reza a história que muitos professores de matemática terão interrompido as sua aulas para abrir uma garrafa de champanhe. No entanto muitos matemáticos não ficaram contentes, pois a descoberta tinha sido feita usando 3 supercomputadores durante mais de 1000 horas. Na realidade Appel e Haken demonstraram que todos os mapas possíveis eram variações de 1500 tipos fundamentais, e os computadores conseguiram pintá-los a todos com um máximo de quatro cores. Há quem acredite ainda que este teorema pode ser demonstrado com papel, lápis e umas poucas folhas.


Bibliografia:
- O Homem Que Só Gostava de Números, Ciência Aberta, Nº105, Gradiva.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Prémio Nobel da Paz 2007: Al Gore e IPCC

O Prémio Nobel da Paz foi hoje atribuído ao ex-vice-presidente norte-americano Al Gore e ao Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU (IPCC).



O prémio foi atribuído a Al Gore e ao Painel das Nações Unidas pelo "esforço conjunto na criação e disseminação de um maior conhecimento acerca da influência humana nas mudanças climáticas, e pelo lançamento das bases necessárias para inverter essas mudanças", declarou o presidente do Comité Nobel norueguês, Ole Danbolt Mjoes.
Notícia via Público

quarta-feira, outubro 10, 2007

A Terra de Noite!

Clicar para ampliar.

Fonte: Nasa. Daqui.

Ó p'ra ela, que bonita!

Clicar sobre a imagem para ver em grande.

NASA images by Reto Stöckli, based on data.
Retirado daqui

segunda-feira, outubro 08, 2007

Ciclo de Palestras de Geologia

“DO GRÃO AO PLANETA”
Ciclo de conferências para o grande público a realizar durante 2007 e 2008 na Galeria Matos Ferreira, no Bairro Alto, Lisboa.
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Próximas:
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Jorge Figueiras-A Terra tem irmãos? (11/10)
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Fernando Barriga-As Fronteiras da Geologia na Terra, no Mar e no Espaço (18/10)
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João Cabral-O Terramoto de Lisboa de 1755 (25/10)
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Filipe Rosas / Pedro Terrinha-Explorando o fundo dos oceanos: Geologia Marinha no Golfo de Cádis e o Sismo de 1755 (08/11)
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Ver o programa completo aqui

sexta-feira, outubro 05, 2007

Doenças da vontade (científica)




Peço desde já desculpa pela fraca qualidade da traduçao livre abaixo apresentada. Faltas de acentuaçao sao devidas ao teclado castelhano.


"(...)Estes ilustres fracassados agrupam-se nas seguintes classes principais: diletantes ou contempladores, eruditos ou bibliófilos, organófilos, megalófilos, descentrados e teorizantes.

Contempladores. - Variedade mórbida muito frequente entre astrónomos, naturalistas, químicos, biólogos e físicos, reconhece-se nos seguintes sintomas: amor à contemplaçao da Natureza, mas apenas nas suas manifestaçoes estéticas: os espectáculos sublimes, as belas formas, as cores esplêndidas e as estruturas elegantes.


(...) Bibliófilos e poliglotas. -Da mesma forma que o micrógrafo se entretém com a diatomácea, ou o zoólogo com as conchas, o bibliófilo deleita-se com a leitura do livro ou monografia novíssimos, que só ele recebe e de que o nosso erudito se serve maravilhosamente para assombrar os seus amigos.


(...) Os megalófilos. - Caracteriza-se esta variedade através de atributos nobres e simpáticos. Estudam muito, mas amam igualmente o trabalho pessoal; possuem o culto da acçao e dominam os métodos inquisitivos, (...) e, no entanto, (...) como se confiassem no milagre, desejam estrear-se com um feito prodigioso.


(...) Organófilos. - Variedade pouco importante de infecundos, reconhecendo-se de seguida por uma espécie de culto fetichista em relaçao aos instrumentos de observaçao.


(...) Os descentrados. - Se o professorado nao fosse entre nós mera escumalha da política, ou o decoroso escaparate da clientela profissional; se aos nossos candidatos a cátedras lhes fosse exigido, em concurso ou exame, provas objectivas de aptidoes e vocaçao, em vez de provas puramente subjectivas e, de certo modo, proféticas, abundariam menos esses casos de actividade oficial entre a funçao retribuída e a actividade livre. (...) Quem nao recorda (...) professores de medicina cultivando a literatura ou a arqueologia, (...) engenheiros escrevendo melodramas, patólogos dedicados à moral (...)?

(...) Os teorizantes. - Há cabeças cultíssimas e superiormente dotadas cuja vontade padece de uma forma especial de perguiça, tanto mais grave que nem os aos próprios lhes parece que tal comportamento lhes possa ser imputado. Eis os seus sintomas culminantes: talento de exposiçao, imaginaçao criadora e inquieta, desvio do laboratório e antipatia em relaçao à ciência concreta e aos feitos pequenos. Pretendem ver em grande e vivem nas nuvens. (...) Em presença de um problema difícil sentem a irresistível tentaçao de nao interrogar a Natureza, mas de formular uma teoria."




Santiago Ramón y Cajal (1832 -1934). Reglas y Consejos sobre Investigación Científica (1898).


(Prémio Nobel da Medicina em 1908, descobriu que o sistema nervoso é composto por bilioes de neurónios, assim como a existência, funçao e mecanismo das sinapses nervosas. Manteve acesa polémica com Camillo Golgi, com o qual partilhou o Nobel.)

quinta-feira, outubro 04, 2007

O que causa um Tsunami?

Um Tsunami é uma onda causada pelo movimento repentino do fundo do mar. Este movimento pode ser desencadeado por diferentes fenómenos: sismos, erupções vulcânicas ou deslizamentos de terras submarinos. Podem ainda ser gerados em consequência de impactos de meteoritos. Os Tsunamis propagam-se ao longo da superfície dos oceanos a grandes velocidades e quando atingem a linha de costa os seus efeitos podem ser devastadores.
A grande maioria dos Tsunamis formam-se em consequência de sismos gerados em zonas de subducção. As zonas de subducção são locais onde um fragmento de crusta terrestre, normalmente oceânica, mergulha sob outra (continental ou oceânica) afundando-se no manto. Neste local as forças de fricção são enormes. Imaginem uma fracção de rocha com mais de 20 km de espessura a mergulhar sobre outro com mais de 50 km, podendo atingir várias centenas de quilómetros de extensão e afundando a mais de 700 km de profundidade no manto.
Devido à fricção e devido ao facto de as placas se movimentarem lentamente durante a maior parte do tempo, a zona de subducção encontra-se normalmente bloqueada (stuck).


Deste modo a energia vai-se acumulando e as placas vão-se deformando lentamente, mas sem que ocorra movimento relativo ao longo do plano de subducção.



Quando a energia acumulada excede a força de fricção existente entre as duas placas dá-se o movimento repentino relativo entre elas ao longo do plano de subducção, libertando as enormes quantidade de energia. A energia potencial é "transformada" em energia cinética (movimento). Quando isto acontece o fundo do mar pode movimentar-se bruscamente, movimento este que é transferido à coluna de água suprajacente, gerando o Tsunami.



A onda assim formada propaga-se ao longo da superfície do mar, podendo ser amplificanda quando atinge as zonas costeiras. Nestas zonas podem-se formar-se ondas com várias dezena de metros causando a destruição quase total das áreas onde se dá o impacto da massa de água.


Fonte: Geology.com

Esquemas: USGS

terça-feira, outubro 02, 2007

As mais poderosas erupções do Século XX


Ver mais aqui
Imagem: USGS

Aterações Climáticas em Portugal


Está disponível online um estudo pormenorizado acerca das alterações climáticas em Portugal Continental do projecto SIAM (Climate Change in Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures), dirigido pelo Professor Dr. Filipe Duarte Santos.