Marte pode conter reservas de água e dióxido de carbono
O subsolo de Marte poderá conter reservas de água e de dióxido de carbono (CO2) que antigamente faziam parte da sua densa atmosfera, indica um estudo de investigadores europeus publicado hoje na revista "Science".
Os cientistas chegaram a essa conclusão ao constatar, em dados recolhidos pela sonda europeia Mars Express, que só uma pequena parte da atmosfera marciana — desaparecida há 3,5 mil milhões de anos — se dispersou por efeito dos ventos solares.
Stas Barabash, do Instituto Sueco de Física Espacial, e Jean-André Sauv aud, do Centro de Estudos Espaciais das Radiações, em Toulouse, dois dos autores do estudo, determinaram que apenas 0,2 a 4 milibares (unidade de pressão) de CO2 e alguns centímetros de água se perderam no espaço.
Quanto ao que se terá passado com a densa atmosfera de Marte, os investigadores julgam que poderá estar no subsolo do planeta.
Os dois robôs norte-americanos Opportunity e Spirit confirmaram que a atmosfera de Marte conteve água e CO2 num passado distante.
Vários indícios, como depósitos sedimentares, traços de margens e leitos de ribeiros ressequidos testemunham uma intensa actividade hídrica no passado de Marte.
A água no estado líquido desapareceu completamente da superfície do planeta, mas existe sob a forma de vapor de água na sua atmosfera, numa pequena proporção, e no estado sólido, sob a forma de gelo, nas calotes polares e nalgumas crateras.
Pelo facto de essas quantidades serem insuficientes para explicar os traços geológicos observados, os autores do estudo admitem que possam existir grandes extensões de água no subsolo marciano.
in Publico, 26-01-2007
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