segunda-feira, novembro 26, 2007

Supernovas super-luminosas e antimatéria: o caso da SN2006gy


A Supernova SN2006gy maravilhou os físicos em 2006.

Vou começar um pouco mais atrás. Supernova é o nome dado à explosão de uma estrela com mais de 10 massas solares, produzindo uma nuvem de plasma extremamente brilhante. O brilho destes objectos vai diminuindo até se tornarem invisíveis passadas algumas semanas ou meses. Em apenas alguns dias o seu brilho pode aumentar um bilião de vezes a partir de seu estado original tornando a estrela tão brilhante como uma galáxia .

As supernovas formam-se quando a estrela chega à fase final da sua vida. Nesta altura os processos nucleares que alimentam a estrela geram um pressão dirigida para o exterior que acaba por vencer a força da gravidade que mantém a estrela coesa.

Ao contrário do que normalmente acontece com as supernovas comuns, que atingem um pico de luminosidade em alguns dias e que diminui nos meses seguintes, a SN2006gy demorou 70 dias a atingir o pico de luminosidade manteve-se mais brilhante do que qualquer supernova anteriormente observada durante três meses. Durante os oito meses seguintes ainda brilhou como uma supernova convencional no seu pico de luminosidade.

Este facto levantou problemas pois a energia da explosão apontava para que a estrela que lhe deu origem tivesse mais de 150 massas solares, coisa nunca antes observada. Seria uma estrela brutal!

Woosley et al. (submitted to Nature 2007) propõem um modelo para explicar a quantidade colossal de energia gerada durante a explosão. Os autores referem que no núcleo da supernova podem desencadear-se processos de formação de partículas de matéria e anti-partículas que em seguida se aniquilam emitindo grandes quantidades de energia.

Para ler mais sobre este assunto ver Aqui e Aqui




Ilustração do processo que pode ter desencadeado a explosão da supernova SN2006gy. Estrelas muitos "pesadas" podem produzir quantidades tão grandes de raios-gama que parte da radiação é convertida em pares de partículas e antipartículas (como electrões e positrões, ilustrados a branco e preto, respectivamente). Crédito: NASA/CXC/M.Weiss

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