quarta-feira, julho 18, 2007

Buracos Negros mesmo por cima das nossas cabeças


Num dos posts anteriores escrevi um pouco acerca dos buracos negros (aqui). Disse que se comprimirmos uma porção de matéria o suficiente a gravidade torna-se tão forte que nada pode escapar, nem mesmo a luz – forma-se um buraco negro. Outro ponto importante que referi é que podem formar-se buracos negros de quase todos os tamanhos, desde microscópicos até alguns dias-luz. A formação de um novo buraco negro depende da densidade da matéria e não apenas da sua massa total. As leis da física permitem densidades de matéria até 10^97 quilogramas por metro cúbico (denominado valor de Plank). Sobre estas densidades a gravidade torna-se tão forte que as flutuações quânticas destroem a estrutura do espaço-tempo. Tal densidade é suficientemente grande para criar um buraco negro com cerca de 10^-35 metros de diâmetro (comprimento de Plank) e com uma massa de 10^-8 (massa de Plank). Este é o buraco negro mais pequeno permitido pelas leis da física. É muito mais maciço que uma partícula elementar, mais muito mais pequeno.

Apesar de nunca ninguém ter visto um buraco negro os cientistas acreditam que estes podem ser detectado de forma indirecta. Inclusivamente um grupo de cientistas conjecturou que versões muito pequenas e leves destes objectos exóticos podem estar neste preciso momento a formar-se sobre as nossas cabeças, como resultado da colisão entre partículas ultra-energéticas denominadas de raios cósmicos e as moléculas que constituem a nossa atmosfera. Estes pequenos buracos negros rapidamente decairiam e formariam uma chuva de partículas atómicas inofensivas sobre o nosso planeta. De facto existem actualmente cerca de 1600 aparelhos instalados na superfície do planeta com o objectivo de detectar as partículas resultantes da formação e desintegração deste buracos negros (ver figura em baixo).


Ver artigo: The Black Hole Next Door
Imagem de topo daqui
Bibliografia: Quantum black holes: Physicists could soon creating black holes in the laboratory. Bernard J. Carr & Steven B. Gidding. Scientific American Reports, Especial Edition on Astrophysics, Volume 17, Number 1, 2007;

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