Subida do mar poderá ser mais rápida do que previsto
O aquecimento climático poderá provocar uma subida do nível do mar mais rápida do que o previsto durante este século , segundo um estudo hoje publicado na revista Science. Essa subida poderá atingir 1,40 metros até 2100, ou seja, o dobro da estimativa estabelecida até agora, aumentando os riscos de inundações de regiões baixas e a ameaça de tempestades violentas em cidades como Nova Iorque e Londres. Os climatologistas previam até agora um aumento de entre nove e 88 centímetros em relação ao nível de 1990 daqui até ao fim do século.
Hoje, no estudo publicado na Science, o investigador alemão Stefan Rahmstorf, especialista de oceanos na Universidade de Potsdam (Alemanha), prevê uma subida de entre 50 centímetros e 1,40 metros. Na sua perspectiva, as estimativas actuais não são fiáveis por se basearem em modelos de simulação que subestimam a subida do nível do mar ocorrida até agora.
"Durante os últimos 40 anos, o nível do mar aumentou 50 por cento mais do que previam os modelos climáticos. Isto revela que ainda não compreendemos o problema da subida do nível do mar", afirmou. Rahmstorf estudou a relação entre a subida do nível do mar e as subidas das temperaturas médias do ar à superfície do globo. Desse trabalho concluiu que o aumento do nível do mar foi proporcional à subida das temperaturas e teve impacto nas alterações registadas no século XX.
A subida do nível do mar mais importante do que previsto tem pesadas consequências não só para as regiões baixas ameaçadas de inundações, como para algumas grandes cidades ocidentais. Num estudo publicado no ano passado, Rahmstorf e a sua equipa do Instituto para a Investigação do Impacto das Alterações Climáticas de Potsdam estimaram que o aquecimento do planeta poderia provocar uma subida do nível do mar no Atlântico Norte por fechar ou enfraquecer uma corrente oceânica conhecida por "tapete rolante" (Conveyor Belt).
Segundo este cenário, o nível do mar da região poderia aumentar até um metro e, juntando a isso o efeito dos gases com efeito de estufa, a subida poderia mesmo atingir dois metros, expondo Londres e Nova Iorque a "tempestades violentas devastadoras".
in Ciencia Hoje, 2006-12-15
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