quarta-feira, dezembro 27, 2006

Adivinhem de quem é a culpa...

O planeta está a aquecer e a culpa, em grande parte, é do homem. Mesmo que hoje se reduzissem drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa, o aquecimento global é inevitável pelo menos nos próximos cem anos. São as conclusões de um relatório de referência que reúne 2500 cientistas de todo o mundo. O tom é de alerta. Os decisores políticos saberão lê-lo? Por Kathleen Gomes

É uma verdade inconveniente: os efeitos do aquecimento global vão continuar a sentir-se nos próximos cem anos, mesmo que de hoje para amanhã se eliminem as emissões de gases com efeito de estufa. Ou seja, mesmo que você deixe o carro na garagem ou os países industrializados reduzam drasticamente as emissões de gases poluentes para a atmosfera, o aquecimento global não voltará atrás tão depressa. E a culpa é sua. Já se desconfiava, as provas são cada vez mais irrefutáveis: o homem tem uma grande responsabilidade nas alterações climáticas registadas nos últimos anos.

Estas são as principais conclusões do novo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que não é apenas mais um estudo académico sobre a matéria - é o documento de referência porque reúne 2500 cientistas de todo o mundo com produção relevante sobre mudanças climáticas. Como nota Francisco Ferreira, dirigente da organização ambiental Quercus que tem estudado as alterações climáticas, "este é o relatório científico mais extenso e rigoroso sobre as alterações climáticas à escala mundial". O relatório será apresentado no início de 2007 mas o seu esboço final foi ontem antecipado pelo diário espanhol El País


A culpa humana

Os cientistas podem hoje afirmar com maior grau de certeza que o homem tem responsabilidade no aquecimento global. Esta é uma preocupação dos últimos dez anos que tem carecido de comprovação científica total, porque é impossível atribuir uma causa directa às alterações climáticas. Como lembra o climatologista Ricardo Trigo, do Centro de Geofísica da Faculdade de Ciências de Lisboa, há várias causas naturais que contribuem para o aquecimento global, entre elas, a variação da intensidade de radiação de energia solar e as erupções vulcânicas. O El País propõe esta analogia: é tão impossível dizer que um cancro de pulmão de um fumador se deve ao tabaco quanto dizer, com 100 por cento de segurança, que uma onda de calor se deve à acção do homem.


O anterior relatório do IPCC, publicado em 2001, já avançava que o homem tinha responsabilidade nas mudanças climáticas verificadas nos últimos 50 anos. Mas o tom era mais cauteloso. O novo relatório vem reforçar essa conclusão com mais provas e precisão. O documento assinala que o aumento de fenómenos extremos - como secas e ondas de calor - "pode ser atribuído a mudanças climáticas antropogénicas", isto é, produzidas por acção humana.Segundo o relatório, nunca os níveis de concentração de gases com efeito de estufa na altmosfera (gases que impedem a saída do calor emitido pela superfície terrestre) foram tão elevados. Nunca quer dizer: nos últimos 650 mil anos. A par disso, o ritmo actual de aumento desses gases na atmosfera "não tem precedentes nos últimos 20 mil anos", cita o jornal El País.



O mal está feito

Há mais más notícias: mesmo que se conseguisse estabilizar a concentração desses gases - o que implicaria mudar drasticamente a actividade e economia mundiais -, o mal está feito e o planeta levaria tempo a reabilitar-se. Ou seja, o aumento da temperatura e do nível do mar vai continuar durante mais de 100 anos.Nesse período, as projecções do IPCC apontam para um aumento de temperatura "entre 2 e 4,5 graus, sendo 3 graus o valor mais provável". Em todo o caso, valores superiores a 4,5 graus "não podem ser excluídos". Um aumento de dois graus, aponta Francisco Ferreira, já representa um aumento "de proporções catastróficas". O novo relatório do IPCC vem "concretizar suspeições que existem há dez anos", nota Ricardo Trigo, e isso é importante porque "ajuda a tirar dúvidas a quem ainda as tivesse".

Se o mal está feito - se, mesmo que mudássemos a nossa forma de vida tal como a conhecemos, os efeitos vão continuar -, isso quer dizer que é tarde demais? "É uma questão importante", sublinha Ricardo Trigo. "Muitos investigadores que trabalham nos melhores centros internacionais dizem que mesmo que no melhor dos cenários se conseguisse reduzir em 50 ou 60 por cento as emissões do gases com efeito de estufa é imprescindível gastar-se muito dinheiro em soluções tecnológicas que permitam aos países adaptar-se às novas condições. Se há um aumento do nível médio do mar, os países que têm costa precisam de pensar em medidas para enfrentar o problema."O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa Ambiental das Nações Unidas.


Relatório será "decisivo" para as negociações pós-Quioto

Para se ter uma ideia da relevância dos relatórios do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) - desde 1990, este é o quarto - Francisco Ferreira, da Quercus, resume: "É com base nesses relatórios que têm sido sempre tomadas as decisões políticas. A Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas surge em 1992 como consequência do primeiro relatório. E o Protocolo de Quioto, em 1997, surge na sequência do segundo relatório, que é de 1995." Há, portanto, expectativas em relação ao novo documento. Francisco Ferreira espera que ele seja "decisivo na negociação do pós-Quioto", o que pode traduzir-se em metas mais austeras de redução de emissões de gases com efeito de estufa. A Alemanha, que terá a presidência da União Europeia a partir do início de 2007, já anunciou que na reunião de ministros europeus do Ambiente na próxima Primavera vai propor uma redução de 30 por cento até 2020 - a meta estabelecida por Quioto é de oito por cento entre 2008 e 2012. A versão final do relatório será apresentada numa reunião do IPCC em Paris, nos primeiros dias de Fevereiro. Mas "mais de 90 por cento está escrito", garante o climatologista Ricardo Trigo, e foi enviado pelas Nações Unidos a um grupo seleccionado de especialistas e governos para leitura. O que pode mudar entretanto, nota o El País, é o resumo para decisores políticos, que é aprovado frase a frase.

in publico: 27-12-2006

"The Day After Tomorrow"

Temos falado na nova cultura. Na aproximação do mundo das artes, ao mundo científico. O filme que passou na SIC, "The Day After Tomorrow", é um excelente exemplo disso.



Leva-nos aos temas que nos inquietam, cidadãos conscientes, cientistas de alma ou profissão. A preocupação é partilhada por todos e por uns mais friamente explicada.

As questões:
As alterações climáticas podem, ou não provocar enormes tempestades, da dimensão de continentes? E podem desenvolver-se em tão pouco tempo? E como é possível que depois do degelo dos glaciares, a concequência seja precisamente, uma nova idade do gelo?

Explicações aqui:
Ocean and Climate Change Institue

Do filme, achei um diálogo interessante, a discussão entre os mais altos decisores políticos e os mais especializados cientistas.

"Jack Hall: Our climate is fragile. The ice caps are disappearing at a dangerous rate.
Vice President Becker
: Dr. Hall, our economy is every bit as fragile as the environment. Perhaps you should keep that in mind before making sensationalist claims.
Jack Hall
: Well, the last chunk of ice that broke off was the size of Rhode Island. A lot of folks would say that was pretty sensational.
...

Vice President Becker
: Maybe you should stick to science and leave policy to us.
Tom
: We tried that approach. You didn't want to listen to the science when it could have made a difference. "


Urgente agora é fazer com que as questões ambientais e climatéricas deixem de ser apenas entendidas por especialistas. Mais uma vez, o apelo para que se consiga passar a mensagem de que é possível Viver na Terra de uma forma consciente. É possível usufruir dos recursos que ela nos dá. Mais, é possível fazê-lo até que se esgotem. Mas para o planeta isso é igual. Mais gelo, menos gelo. Mais frio, mais calor, mais gases, menos espécies...
É indiferente para um planeta vivo, que existe há cerca de 4.600 milhões de anos, se o Homem, que não habita nele sequer há 10 milhões, resistirá às Alterações Climáticas, por ele próprio aceleradas...


Links:
The Day After Tomorrow
Wikipedia
WHOI

sexta-feira, dezembro 22, 2006

A Física no dia-a-dia...nos dias do Natal.

Se soprar entre as duas bolas de Natal, sabe o que acontece?

What happens when you blow between the two Christmas balls?

As bolas aproximam-se e batem uma na outra. Porque, ao soprar entre as duas bolas, o ar que aí estava desloca-se, diminuindo a pressão nesse lugar.
Exprimente neste Natal.
The Christmas balls approach each other and collide. When blowing between the balls, you displace the air and the local pressure decreases.
Try this experiment this Christmas.



Visite a exposição: A Física no Dia-a-Dia
As 73 Experiências do Livro no Centenário de Rómulo de Carvalho
No Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva
Parque das Nações, 1990-273 Lisboa

Alguns mamíferos conseguem cheirar debaixo da água

O «truque» está em lançar bolhas de ar que depois se inalam

Alguns mamíferos conseguem cheirar debaixo da água e assim detectar alimentos depositados no fundo dos rios ou lagos, graças à pr odução de bolhas de ar, indica um estudo hoje publicado pela revista Nature. O professor Kenneth Catania, da Universidade Vanderbilt de Nashville (Estados Unidos), fez a descoberta ao estudar o comportamento de duas espécies semiaquáticas, a toupeira de nariz estrelado (Condylura cristata) e o musaranho aquático (Sorex palustris). Como os aromas circulam no ar, pensava-se até agora que o olfacto se perdia na água.

Porém, o estudo agora publicado mostra que pelo menos aqueles dois mamíferos conseguem gerar bolhas de ar que veiculam os cheiros dentro da água. A experiência consistiu em comprovar se as duas espécies eram capazes de cheirar e identificar objectos depositadas no fundo de um tanque, duas das quais comestíveis (lombrigas e peixes pequenos).

Utilizando uma câmara de alta velocidade, o investigador constatou que, ao dirigir-se aos objectos, a toupeira emitia bolhas pelo nariz que tocavam no objecto visado antes de serem de novo inaladas pelo animal. Cinco toupeiras que participaram na experiência com lombrigas conseguiram detectá-las em pelo menos 75 de 100 casos. Keneth Catania também observou vários musaranhos com resultados idênticos.

A técnica usada por estes animais consiste em exalar numerosas pequenas bolhas que depois inalam para extrair moléculas odoríferas. A descoberta "foi uma surpresa total, porque se julgava que os mamíferos n ão tinham sentido de olfacto debaixo da água", afirmou o autor do estudo.

"Quando os mamíferos se adaptam ao meio aquático, o seu olfacto costuma degenerar", acrescentou. "O principal exemplo são os cetáceos, como as baleias e o s golfinhos, a maioria dos quais perderam o sentido olfactivo". Após esta descoberta, o investigador interroga-se sobre se outros mamíferos, como as lontras ou as focas, terão uma capacidade semelhante.

in Ciência Hoje, 21-12-2006

Dragões de Komodo podem reproduzir-se por autofecundação

Em Janeiro, no Zoo de Chester, no Reino Unido, oito crias de dragões de Komodo deverão sair dos ovos postos por Flora, uma fêmea que não foi fecundada por um macho, revelam biólogos na revista “Nature”.

Estes répteis originários de uma pequena ilha vulcânica da Indonésia, da qual receberam o nome, são capazes de se reproduzir por partenogénese (ou autofecundação), revelam os investigadores dirigidos por Phillip Watts, da Universidade de Liverpool.

Ameaçada em estado selvagem, a espécie é alvo de um programa internacional de criação em cativeiro. Os primeiros quatro dragões de Komodo “europeu” nasceram em Março no Zoo de Londres, graças a uma fêmea enviada pelo parque francês de Thoiry para evitar problemas de consanguinidade.

A análise genética aos ovos das fêmeas de Londres e de Chester revelou que elas se podem reproduzir sem ter contacto com um macho.

“A partenogénese constitui um fenómeno que ainda não é reconhecido para a gestão genética das populações ameaçadas”, notam os investigadores. Uma única fêmea, não fertilizada, pode fundar uma colónia no âmbito da qual pode ser retomada a reprodução sexual.

Estima-se que apenas existam na natureza quatro mil dragões de Komodo, mil dos quais fêmeas adultas.

in publico PT, 20-12-2006

Ossos de nova espécie de dinossauro gigante encontrados em Espanha

Uma equipa de investigadores espanhóis encontrou em Teruel 70 ossos de um saurópode gigante, com 35 metros de altura e 45 toneladas de peso. Os restos, com cerca de 145 milhões de anos, provam a descoberta de uma nova espécie de dinossauro, chamada Turiasaurus riodevensis.

Segundo o “El Mundo” online, os paleontólogos fizeram a descoberta em Maio de 2003. Três anos depois, a revista “Science” dedica um artigo sobre a descoberta de uma espécie nunca antes catalogada.

A comunidade científica escolheu o nome Turiasaurus riodevensis porque Turiasaurio significa em Latim “lagarto de Teruel” e riodevensis devido ao nome do local da descoberta.

Esta descoberta confirma que no Velho Continente “viveram dinossauros gigantes no final do Jurássico superior (há 145 milhões de anos)”, explica Alberto Cobos, um dos investigadores responsáveis, da Fundação Dinópolis. Até ao momento apenas tinham sido encontrados restos significativos destes animais na América e em África.

Os paleontólogos estimam que este animal se alimentava de plantas, vivia em grupos e reproduzia-se através de ovos. Entre os ossos encontrados está a pata dianteira esquerda, praticamente completa.

Segundo o jornal online, os paleontólogos identificaram outros ossos em Portugal, outras regiões espanholas, em França e Inglaterra, que poderão pertencer a este novo grupo de saurópodes, dinossauros herbívoros.

Os trabalhos de escavações continuam em Teruel e os investigadores esperam encontrar mais ossos.

in publico PT, 21-12-2006

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Uma Terra que gira... há um ano

Que a Terra gira sobre si mesmo e à volta do Sol, já todos nós sabemos. Mas nem sempre foi assim. Muitos foram aqueles que se questionaram, que em determinados momentos duvidaram e com paixão investigaram. Muitas descobertas foram feitas desde que a ciência se tornou uma estrutura sólida. Pelo caminho, muitos se calaram ou foram calados, muitos morreram no processo… numa batalha sem igual … Pela primeira vez, que se saiba, a matéria ganhou consciência de si própria… consciência que lhe deu a capacidade de duvidar, de questionar e assim aprender… ”e no entanto ela move-se”, desabafou Galileu no final de uma batalha perdida. Mas agora, mais do que nunca, novos desafios se levantam. Cientistas continuam a fazer novas descobertas todos os dias. Cientistas que têm a coragem de se questionar e de explorar o mundo em que todos vivemos, de ir mais além atravessando as fronteiras do mundo conhecido e partindo à procura de novas terras por esse universo fora.
O interesse por estas questões alargou-se, e através daqueles que albergam um espírito crítico e científico, as notícias das novas descobertas chegam a um público cada vez maior, curioso, que as segue com entusiasmo.
Os tempos são outros! Começa a desflorar uma nova consciência ambiental sem precedentes. Hoje as pessoas têm a noção de que os recursos da Terra não são inesgotáveis e de que há um risco real de sermos nós a destruir o sistema que nos permitiu chegar até aqui. É preciso fazer passar a mensagem, de uma forma clara.


Uma Terra Que Gira nasceu com esse objectivo, o de divulgar, o de dar a conhecer a Terra, aquilo que nos rodeia e as pessoas que vão fazendo a diferença, para que não assistamos com a indiferença habitual à vitória da ignorância sobre o conhecimento.
Aqui faz-se divulgação científica e dá-se a conhecer quem o faça. Pelo menos tenta-se.


Para preservar, é preciso primeiro explorar, investigar e aprender, mas cabe também a nós, cientistas de alma ou profissão fazer chegar esse conhecimento a toda a sociedade, para que todos possamos viver de uma forma sustentável e responsável nesta Terra que gira.


Terra que gira
, Dezembro 2006

...e no entanto ELA move-se!

e-card elaborado por: Inês Mateus

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Subida do mar poderá ser mais rápida do que previsto

O aquecimento climático poderá provocar uma subida do nível do mar mais rápida do que o previsto durante este século , segundo um estudo hoje publicado na revista Science. Essa subida poderá atingir 1,40 metros até 2100, ou seja, o dobro da estimativa estabelecida até agora, aumentando os riscos de inundações de regiões baixas e a ameaça de tempestades violentas em cidades como Nova Iorque e Londres. Os climatologistas previam até agora um aumento de entre nove e 88 centímetros em relação ao nível de 1990 daqui até ao fim do século.

Hoje, no estudo publicado na Science, o investigador alemão Stefan Rahmstorf, especialista de oceanos na Universidade de Potsdam (Alemanha), prevê uma subida de entre 50 centímetros e 1,40 metros. Na sua perspectiva, as estimativas actuais não são fiáveis por se basearem em modelos de simulação que subestimam a subida do nível do mar ocorrida até agora.

"Durante os últimos 40 anos, o nível do mar aumentou 50 por cento mais do que previam os modelos climáticos. Isto revela que ainda não compreendemos o problema da subida do nível do mar", afirmou. Rahmstorf estudou a relação entre a subida do nível do mar e as subidas das temperaturas médias do ar à superfície do globo. Desse trabalho concluiu que o aumento do nível do mar foi proporcional à subida das temperaturas e teve impacto nas alterações registadas no século XX.

A subida do nível do mar mais importante do que previsto tem pesadas consequências não só para as regiões baixas ameaçadas de inundações, como para algumas grandes cidades ocidentais. Num estudo publicado no ano passado, Rahmstorf e a sua equipa do Instituto para a Investigação do Impacto das Alterações Climáticas de Potsdam estimaram que o aquecimento do planeta poderia provocar uma subida do nível do mar no Atlântico Norte por fechar ou enfraquecer uma corrente oceânica conhecida por "tapete rolante" (Conveyor Belt).

Segundo este cenário, o nível do mar da região poderia aumentar até um metro e, juntando a isso o efeito dos gases com efeito de estufa, a subida poderia mesmo atingir dois metros, expondo Londres e Nova Iorque a "tempestades violentas devastadoras".

in Ciencia Hoje, 2006-12-15

Sonda europeia descobre topografia rugosa e encoberta de Marte


A sonda orbital europeia Mars Express enviou para Terra imagens que mostram Marte com uma topografia mais antiga e rugosa, escondida sob uma camada superficial mais lisa e recente, anunciou hoje a Agência Espacial Europeia (ESA). Segundo os cientistas, as imagens fornecem novas e importantes chaves para compreender a evolução geológica de Marte e até mesmo da Terra.

De acordo com um comunicado da ESA, o radar da sonda revelou a existência de crateras de impacto soterradas com diâmetros de entre 130 e 470 quilómetros, debaixo de grande parte das terras baixas do norte do planeta. "As novas descobertas aproximam os cientistas planetários da compreensão de um dos mais persistentes mistérios sobre a evolução geológica e a história de Marte", diz a ESA.

A agência refere que as descobertas também ajudam os cientistas a compreender a evolução inicial da Terra, onde é mais difícil encontrar sinais das forças em acção porque a erosão e as erupções vulcânicas os apagaram. Ao contrário da Terra, Marte mostra grandes diferenças entre os seus hemisférios norte e sul.

Enquanto todo o hemisfério sul tem planaltos muito rugosos e cheios de crateras, a metade norte é mais lisa e menos elevada, uma topografia que se julga ser mais recente por ter sofrido os efeitos da erosão e de outros processos. Os novos dados "indicam que a crosta subjacente é extremamente antiga", afirma a ESA.

Marte formou-se há mais de 4,5 mil milhões de anos e os cientistas estão na sua generalidade convencidos de que passou por uma fase inicial húmida e quente que acabou passados 1,5 a 2,5 mil milhões de anos, para se converter num planeta extremamente seco e frio.

in Ciencia Hoje, consultado em 18 de dezembro de 2006
imagem ESA

Astronautas do vaivém Discovery preparam nova saída espacial

Os astronautas do vaivém Discovery passaram o dia a descarregar mantimentos trazidos pelo vaivém e a preparar uma nova saída espacial, que não estava inicialmente prevista, para desbloquear o mecanismo de um painel solar na estação espacial internacional (ISS, sigla em inglês).

A missão para abastecer e continuar a construir a estação, que se prevê ficar concluída em 2010, foi prolongada um dia devido à saída espacial extra. Esta, a realizar por Robert Curbeam e Christer Fuglesang, será a quarta desta tripulação. Terá uma duração de seis horas e meia.

O vaivém Discovery deverá agora regressar à Terra na sexta-feira, depois de 13 dias no espaço.

17.12.2006 -Reuters

domingo, dezembro 17, 2006

A terceira Cultura

A distância entre "linguagens" não é recente. Já na década de 1950 havia uma cisão entre duas culturas, a das artes (pintores, escritores, etc) e os cientistas. Os primeiros assumiam para si o papel de pensadores, de visionários. Era deles a responsabilidade de traçar o rumo para as suas comunidades. Aos cientistas restava...
C.P. Snow, filósofo e cientista e autor de um livro intitulado " As Duas Culturas", previa o aparecimento de uma terceira cultura. A ideia, optimista, era a de que os "artistas" se iriam aproximar da "outra" cultura, que os passariam a entender e fazer chegar ao grande público as novas descobertas sobre o mundo e os mundos novos descobertos. A verdade é que a história não se desenrolou bem assim. Foi através de uma linguagem mais actual dos cientistas e da adaptação da ciência à ficção que foi crescendo a curiosidade e interesse do cidadão comum. Nascia assim a Terceira Cultura e desde então, nomes como Carl Sagan contribuíram para o seu desenvolvimento.

Adaptado de Histórias do Universo, José Fernando Monteiro

Foi entregue, recentemente o Prémio Pessoa, que destacou António Câmara, investigador e empresário, na área das novas tecnologias. Nas entrevistas que se seguiram, ouvi do premiado uma frase que me marcou, tendo em conta que o lado empresarial deste "cientista" é bastante bem sucedida... ele diria que era preciso continuar a investigar por brincadeira.

Boas notícias, benvindo o tão afamado choque tecnológico e a nova Terceira Cultura.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Há água em Marte!? Segundo a Nasa as provas desse facto são cada vez mais fortes


Cientistas que investigaram imagens de alta resolução da superfície de Marte acreditam que, no hemisfério Sul do planeta, existem vestígios da recente passagem de água, revelou, esta quarta-feira, a NASA.

De acordo com a Lusa as fotografias, as primeiras das quais foram captadas pela cápsula de exploração espacial Mars Global Surveyor (MGS), agora inactiva, mostraram que a água em Marte é uma realidade actual, afirmou o perito Kennet Edgett.

«Pode ser água salgada, água com uma grande quantidade de sedimentos ou água ácida mas é seguramente água, H2O», sublinharam os cientistas, em conferência de imprensa, na sede da NASA.

Dadas as temperaturas extremas no planeta Marte, qualquer curso de água que corra na superfície não pode manter-se muito tempo em estado líquido - ou congela ou evapora-se.

Os investigadores tinham conhecimento dos vestígios desde 2000, quando a câmara da MGS as captou mas as comparações com imagens registadas em 1999, em 2001 e mais recentemente, foram determinantes.

A busca de água em Marte apaixonou os cientistas durante décadas, dado que relança a discussão sobre a hipótese de existência de vida.

in Portugal Diário 2006/12/06 20:18

Imagens de Marte - Foto NASA/AP

terça-feira, dezembro 12, 2006

Ecoline

Nasceu o Ecoline!



É um projecto ambicioso, criterioso, e de muito trabalho de retaguarda. É uma plataforma de informação sobre a relação, ou relações, da população com o ambiente.

Com o mote de...

Conhecer mais para Mudar melhor / Conhecer melhor para Mudar mais

a informação que aqui é "oferecida" de uma forma trabalhada, muitas vezes traduzida para o cidadão comum, faz do Ecoline um site, na minha opinião (propavelmente parcial), de utilidade e serviço público.

Serve, não só um público mais especializado, como também, o cidadão curioso e interessado em questões ambientais.

Penso que existe neste espaço informação suficiente para novos estudos, para novas questões, para novas linhas orientadoras da ecologia em Portugal.

Muito há a fazer ainda...mas pelo menos já existe e está acessível à vossa curiosidade, crítica e vontade de continuar a fazer esta terra girar de uma forma responsável e sustentável.