quinta-feira, janeiro 13, 2011

Uma nova Terra: Keppler-10b

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Tenho andado ausente da Terraquegira devido a estar a escrever uma tese. Quem já escreveu uma sabe o que isso significa, quem ainda não experimentou tal diversão pode imaginar (resumindo: uma catrefada de tendinites)! Apesar de a minha tese ser obviamente interessante não é por causa dela que estou aqui a escrever hoje. Estou a escrever porque foi descoberto o primeiro exoplaneta rochoso, denominado Keppler-10b. Traduzindo, exoplaneta porque está fora do sistema solar e rochoso porque, ao contrário dos mais de 500 exoplanetas detectados, este não é um planeta gasoso como Júpiter ou Saturno, mas constituído por material no estado sólido (rocha).
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Um dos métodos mais comuns de identificar exoplanetas é o “método de trânsito” que detecta a sombra do planeta quando este transita diante da estrela hospedeira. Este método tem sido bem sucedido na detecção de planetas gigantes como Saturno mas é ineficaz em planetas “pequenos” como a Terra. Por isso, diversos métodos têm sido aperfeiçoados de modo a detectar planetas irmãos. Não vou entrar pelo complicado emaranhado de métodos, digo apenas que o Keppler-10b foi identificado através de medições de velocidade radial (para quem tiver curiosidade a wikipedia tem bons artigos acerca dos métodos de identificação de exoplanetas, ver links em baixo).
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A descoberta de um planeta rochoso fora do sistema solar é um gigantesco marco na história da ciência e é para mim, pessoalmente, gratificante estar a viver nesta época em que o Universo representa o que o mar desconhecido representou há séculos atrás. Esta descoberta tem ainda uma outra particularidade. É que se os cientistas começarem a descobrir planetas rochosos, semelhantes ao nosso, como se não houvesse amanhã (coisa que aconteceu com os gasosos) então a probabilidade de se vir a descobrir vida noutro planeta aumenta dramaticamente. Há quem já esteja a pressionar a ONU para organizar uma série de reuniões para decidir que estratégia adoptar caso isso aconteça. É que os cientistas, se por alguma razão receberem uma chamada de algum ET, não têm ordem para responder. Apesar do número elevado de filmes americanos sobre a coisa não sei se alguém sabe bem o que fazer se isso acontecer. Qualquer das formas não creio que respondam de Keppler-10b. Apesar de o planeta ser semelhante ao nosso em tamanho (1.4 vezes), está muito perto da estrela hospedeira e tem uma confortável temperatura à superfície de cerca de 1300 graus. Espera-se novas descobertas da sonda Keppler, lançada em 2009 pela NASA, e que neste momento está lá em cima à procura de novas Terras.
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Para saber mais:

13 comentários:

Lua disse...

Obrigada João. Eu li o artigo mas era muito técnico, pensei logo em ti e nas tuas explicações. Aqui está! :) Percebi tudo! :) beijo beijo*

Carlos Faria disse...

Bom regresso à blogosfera e espero que sem prejuízo da tese e sobrecarga das tendinites.
Já estava com saudades de uns posts sobre geologia na blogosfera nacional... mesmo que seja para falar das descobertas lá longe...

João Moedas Duarte disse...

Também já estava com saudades :)

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

a fonte é o ex-zoopaleontólogo e actual director do Museu Zoológico de São Petersburgo, Aleksei Tikhonov, em 2008 ele falava de 40 tones legais de marfim russo exportados

14/01/11 10:02
Sarcodina von Mastigophora disse...
ver em Алексей Тихонов blogs.ru

há muitos com o mesmo nome nomeadamente o patinador olímpico

mas ele tem um blog com os dados e pdf provavelmente na net

ir a um motor de busca por o nome em inglês ou russo und ivory russia

geologia marinha com o césar?

ou há geo marinha fora da FCUL?

João Moedas Duarte disse...

Caro Sarcodina von Mastigophora,

Fiquei mesmo curioso com a informação. Não estava a par da quantidade de mamutes encontrados.. e há uns dias estive a ler sobre o marfim dos elefantes. Pode ser que ainda faça um post sobre o assunto.

Não trabalho directamento com o César, apesar de colaborarmos pontualmente nalguns projectos.

Trabalho na Fcul com o Filipe Rosas e na Unidade de Geologia Marinha do LNEG (ex-IGM)com o Pedro Terrinha, um pouco no contacto entre a Geologia Marinha e a Tectónica.

Banda in barbar disse...

Trabalho na Fcul com o Filipe Rosas e na Unidade de Geologia Marinha do LNEG (ex-IGM)com o Pedro Terrinha.....entendido

bolseiro obviamente, no?

João Moedas Duarte disse...

"bolseiro obviamente, no?"

Exacto!

The Mother of Mothra of ALL Bubbles disse...

pués...a como andam as bolsas

900 pela fundação da faculdade de ciências?

ou andam mais por baixo?

The Mother of Mothra of ALL Bubbles disse...

não que esteja interessado

mim não competidor

em geofísica e afins

investigação faz mal às costas

The Mother of Mothra of ALL Bubbles disse...

este T é engraçado

mas não dá para seguir...só via facebook ao que parece

isso limita as possibilidades de divulgação

ou do seu uso como instrumento pé da gó gicu

João Moedas Duarte disse...

"900 pela fundação da faculdade de ciências?"

Mais coisa menos coisa.. Qualquer das formas eu sou bolseiro da FCT.

Mas sei de muita gente que está a ganhar pouco mais de 500 euros ou até mesmo em estágios não remunerados a fazer trabalho de investigador!

Joaquim Moedas Duarte disse...

Gostei!
Do post, dos comentários, das respostas...
É o meu lado voyeur?!!!

Salut!

Anónimo disse...

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